|
A integridade da Bíblia
A
essência das Escrituras Bíblicas foi preservada pelo
Deus Altíssimo, apesar das várias falhas humanas de tradução ocorridas ao
longo dos séculos. Assim, os absurdos e incoerências descritas no Velho
Testamento (VT) não
invalidam a autenticidade do texto.
A prova da integridade da Palavra é que muitos textos onde as incoerências de
Jeová foram reveladas, não foram mudadas nem omitidas.
O que mudou foi só o nome de Deus, pois os tradutores substituíram o nome próprio "Jeová" que constava nos manuscritos
originais, passando a usar a designação “Senhor”, que deveria se aplicar
apenas ao
verdadeiro Deus. Com isso, a confusão ficou estabelecida, pois não havia
como distinguir o autor das atitudes incoerentes e cheias de violência - Jeová
- com as
obras justas e cheias de amor do verdadeiro Deus e Pai.
No entanto, a
existência de uma lei incoerente e obsoleta no VT tem um aspecto positivo,
pois permite o contraste com a magnitude e coerência do Novo Testamento (NT), dando-lhe uma
maior legitimidade. As estrelas parecem brilhar muito mais em uma noite
profundamente escura do que em uma noite clara. Em 1 Corintios 11:19, Paulo disse:
“Até importa que
haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem diante
de vós.”
Em Gálatas 2:15, o contraste entre o VT e o NT é evidenciado, pois está
escrito que o homem não é justificado pela observância da lei, mas pela fé
em Jesus Cristo. Apesar de não ter efeito quanto à salvação do homem, o texto do VT é importante porque ele
contem muitas alegorias e figuras que tipificam eventos do NT.
Contudo, o contexto do VT contem um plano frustrado de um Messias guerreiro
pretendido para reinar sobre os povos, favorecendo os judeus. No entanto,
esse plano nunca se concretizou porque Jesus preferiu estar ao
lado do Deus Pai como um Messias universal e pacífico.
Toda Escritura é autêntica e apta para
ensinar e trazer discernimento para qualquer tema que envolva o Reino de
Deus, como diz 2 Tm.3:16. O problema é a interpretação dela, especialmente
pelos pseudo-teólogos com seus argumentos tendenciosos para explicação dos fatos que envolvem
realidades bíblicas.
Uma mensagem por trás
das figuras, metáforas e parábolas
O Velho Testamento é como um documento antigo, do qual
Deus extrai o verdadeiro sentido. Portanto, o sentido metafórico de muitas
histórias são especialmente importantes. Eles servem para apontar para grandes
realidades espirituais do Novo Testamento.
A passagem do povo de Israel pelo Mar é uma alegoria de
um novo caminho no cristianismo através do batismo, sendo que essa analogia
está em 1 Co. 1:1 e 2.
O cordeiro sacrificado na Páscoa dos israelitas aponta
para o verdadeiro Cordeiro, cujo sangue foi derramado como sacrifício para
expiar por nossos pecados (1 Pe. 1:19).
A saída do povo de Israel e o seu livramento do jugo
egípcio representam a libertação espiritual através de Cristo, enquanto que
a Terra Prometida era uma figura dos lugares celestiais prometidos para
todos os que crêem verdadeiramente.
O tabernáculo terreno do VT era uma figura do tabernáculo
verdadeiro (Hb. 9:1, 23 e 24). Toda a mobília dele, ou seja, o incensário, o
candelabro, a mesa com os pães da proposição, a cortina, o lugar santo, o
Santo dos Santos, o altar e a arca do concerto, eram todos figuras de
elementos de um maior e eterno santuário, do qual Jesus é o Sumo Sacerdote eterno (Hb. 9:2
a 5).
A cortina do Templo que rompeu-se de alto a baixo (Mt. 27:51)
tipifica o livre acesso para a presença do Pai, que agora está acessível. O
véu dessa cortina é uma figura da lei e das ordenanças do VT, os quais nos
separavam do chamado "Santo dos Santos" (Hb. 8:1), porem agora através do
"véu", que significa o corpo de Cristo que foi sacrificado por
nós, toda
a barreira que nos separava de Deus foi destruída (Ef. 2:14 a
16).
O sacrifício de cabritos e bezerros eram somente uma
"sombra" da grande realidade, porque a redenção do homem só é alcançada através do
sangue de Cristo. Em Hebreus 9:11 e 12 nós lemos que é impossível que o sangue
de bodes e bezerros tenha qualquer efeito para efeito de salvação.
Primeiro e último Adão
O primeiro Adão está relacionado com o último Adão (Rm. 5:14 e
1 Co. 15:22 e 45).
O primeiro Adão estava em um lugar privilegiado antes de seu pecado, porem
após a transgressão ele foi expulso do Paraíso do Éden (Gn. 3:23).
Por um outro lado, o último Adão, Jesus, aniquilou-se a si mesmo quando
assumiu a natureza humana, e por causa da obediência Ele foi exaltado por
Deus o Pai, o qual lhe deu um nome acima de todo nome (inclusive o de Jeová)
e colocando-o à sua direita, como está escrito em Fl. 2:7 to 9).
A diferença entre o primeiro Adão e o último é que, enquanto o primeiro foi
destituído, o último foi promovido.
Portanto, o último Adão tomou o lugar do primeiro, da mesma forma como o
Novo Testamento ocupou o lugar do Velho Testamento.
Jeová fez com que o primeiro Adão caísse em profundo
sono, e assim, enquanto Adão dormia, ele tomou uma das costelas do homem e
formou a mulher. Por outro lado, através da morte física de Jesus, o último
Adão, Deus o Pai formou a Igreja, levantando primeiramente o apóstolo Pedro
(uma das doze "costelas") e posteriormente a Paulo.
Os 3 dias e 3 noites de Jonas
Jesus disse em Mateus 12:40… “Pois assim como Jonas esteve três dias e três
noites no ventre de um grande peixe, assim também o Filho do homem estará
três dias e três noites no seio da terra”. Devido a esta similaridade, Jonas
foi reconhecido como uma figura de Jesus.
”Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Mas
graças a Deus que nos dá a vitória através do nosso Senhor Jesus Cristo" (1
Co. 15:55 a 57).
A diferença entre Jonas e Jesus no que diz respeito às tarefas que tinham
para executar é o fato de que Jonas era omisso enquanto que Jesus estava bem
consciente quanto às suas obrigações como Filho e Salvador.
Assim como o “ventre do grande peixe” significava o sepulcro de Jesus, o
“peixe vomitando Jonas” significa a ressurreição de Jesus, pois era
impossível à morte reter o príncipe da vida (At. 2:24).
Jonas foi forçado a pregar para o povo de Nínive enquanto que Jesus assumiu
voluntariamente o ofício de Sumo Sacerdote através do sacrifício de seu
próprio corpo (Fp. 2:6 a 8).
Jonas teve de ser lançado ao mar pelos
marinheiros, mas Jesus desceu do céu e assumiu voluntariamente a forma
humana para poder desenvolver seu ministério entre os homens.
Jonas foi forçado a pregar para o povo de Nínive enquanto que Jesus assumiu
voluntariamente o ofício de Sumo Sacerdote através do sacrifício de seu
próprio corpo (Fp. 2:6 a 8).
Jonas teve de ser lançado ao mar pelos
marinheiros, mas Jesus desceu do céu e assumiu voluntariamente a forma
humana para poder desenvolver seu ministério entre os homens.
|
|
 |
Alem disso, Jonas ficou profundamente amargurado e descontente com o
arrependimento do povo de Nínive (Jonas 4:1) enquanto que Jesus lamentou e
chorou por causa da incredulidade do povo de Jerusalém (Lc. 13:34). O que
parece é que Jonas não queria ver o arrependimento do povo daquela cidade de
idólatras!
Acontece que Jonas e Jesus estavam ligados à diferentes concertos . Jonas
estava ligado ao concerto de violência de Jeová, enquanto que Jesus está
ligado ao concerto de amor do Pai, que quer que todos se salvem e venham ao
arrependimento (Tito 2 :11).
Portanto, a
similaridade entre Jonas e Jesus é somente no que diz respeito à relação
entre os três dias de Jonas no ventre do peixe com os três dias de Jesus no
sepulcro.
Rute e Boaz
 |
|
Assim como outros livros do Velho
Testamento (VT), o livro de Rute contem uma interessante
parábola que se referem a eventos ocorridos no Novo Testamento (NT).
Rute, a moabita (Rute 1:4) era uma figura dos gentios (não-judeus), pois
também os
moabitas eram um povo rejeitado e amaldiçoado (Rute 2:10).
B oaz
era uma figura de Jesus Cristo. Ele veio de Belém (Rute 2:4), assim como
Jesus que também era nativo de Belém.
Boaz
foi incluído na genealogia física de Jesus através de Davi (Rute 4:17). Seu
nome é mencionado em Mateus 1:5 e Lucas 3:31.
Boaz
era um remidor (Rute 3:12) e Jesus é um redentor e salvador. Boaz
remiu Rute (Rute 1:4) enquanto que Jesus remiu os gentios que eram todos
estrangeiros.
Paulo disse que os gentios estavam separados de Deus,
excluídos da cidadania em Israel e estranhos aos concertos da promessa, sem
esperança e sem Deus no mundo. Mas agora em Jesus Cristo, vós que antes
estáveis longe fostes trazidos para perto através do sangue de Cristo
(Ef. 2:12 e 13).
O
outro remidor (o parente remidor de Rute 3:12) negou-se a cumprir a
obrigação de remir Rute
porque ela poderia contaminar sua linhagem (Rute 4:6). Ele é uma figura de um
Messias pretendido por Jeová, o qual recusou remir os gentios porque seu
plano era exclusivo para os judeus.
Para
confirmar a rejeição, havia uma tradição em Israel de tirar as sandálias e
dá-las ao outro remidor, como um sinal de transferência de direitos e
responsabilidades (Rute 4:17). Isso quer dizer figuradamente que a lei do VT eximiu-se da
tarefa de remir o homem porque é fraca e superficial. |
Jesus não foi escrupuloso de “tomar as sandálias” rejeitadas pelo "parente
remidor" e recebeu aqueles que nele crêem, embora fossem
considerados "povo excluído".
A
grande diferença entre Boaz e Jesus é que Boaz remiu Rute dando a ela uma
família terrena e os direitos de esposa, enquanto que Jesus remiu os gentios
dentre todos os povos, a fim de dar a eles uma família celestial e o direito de filhos.
O Maná
No deserto, Jeová mandou o
perecível Maná para alimentar fisicamente o povo de Israel, mas o
Deus Pai enviou Jesus, o verdadeiro pão do céu, que dá vida eterna.
Jesus disse aos judeus:
“Não é Moisés que vos dá o verdadeiro pão do céu.
Vossos pais comeram o Maná no deserto mas eles pereceram. Mas aqui está o
pão que veio do céu e aquele que dele comer não perecerá.
Eu sou o pão vivo que veio do céu. Se alguém comer deste pão viverá para
sempre.
Este pão é a minha carne, a qual eu darei para a vida de todos os que crêem,
em todo o mundo (Jo. 6:32; 49 a 51). |
|
 |
O Maná de Jeová embolorou
e cheirava mal (Ex. 16:20) mas o pão de Jesus dá a vida eterna para todo
aquele que dele se alimenta.
Assim como o Maná do deserto, o VT tornou-se perecível porque era fraco e
obsoleto, pois a lei nada aperfeiçoa (Hb. 7:18).
A serpente no deserto
Jesus disse em João 3:14: “Assim como Moisés levantou a
serpente no deserto, assim o Filho do homem precisa ser levantado, para que
todo o que nele crê tenha a vida eterna”. Aqui Jesus estava comparando a
sua crucificação com um episódio ocorrido no VT, quando serpentes venenosas
enviadas por Jeová morderam o povo de Israel e muitos dentre eles morreram
(Nm. 21:6).
O próprio Jeová, que enviou as serpentes, ordenou a Moisés que fizesse uma
serpente de bronze e a pusesse em uma estaca, a fim de que todo aquele que
fosse mordido pelas serpentes pudesse olhar para aquela serpente de bronze e
ser curado (Nm. 21:8 e 9).
É evidente que esse fato é uma fantástica alegoria de Jesus na cruz e do
povo sendo curado de suas enfermidades espirituais através da fé direcionada
para o Filho de Deus. Contudo, há algumas diferenças entre esses dois fatos:
1. Jesus nunca teve qualquer similaridade com serpentes. Aliás, Ele disse
que seus discípulos pegariam as serpentes com as suas mãos e elas não lhes
fariam mal algum (Mc. 16:18).
Também em Lucas 10:19 Jesus deu autoridade aos discípulos para pisar em
serpentes e para sobrepujar toda a força do inimigo.
2. Aqueles que olhavam para a serpente concebida por Jeová através de
Moisés, foram curados fisicamente, embora seus corpos pereceram
posteriormente no deserto. Porem, aqueles que olham firmemente para
Jesus, o abençoado Filho do verdadeiro Deus e Pai, são curados de suas
enfermidades espirituais e passam a estar reconciliados com Deus.
 |
|
É realmente muito estranho que no começo Jeová amaldiçoou
a serpente, dizendo: “Maldita és tu sobre toda tua semente durante todos
os dias de tua existência” (Gn. 3:14 e 15) e depois viesse a
providenciar um meio para socorrer as pessoas, justamente com aquele
símbolo amaldiçoado!
Em Apocalipse 12:9 lemos que a antiga serpente, também chamada "diabo",
é Satanás.
É também muito estranho que o segundo mandamento de Jeová proibia fazer
ídolos representando qualquer coisa que houvesse no céu, acima ou sobre a
terra, ou ainda sob as águas (Ex. 20:4), e no deserto ele ordenasse a
Moisés para fazer um ídolo de bronze na forma de uma serpente, o qual foi chamado “Neustã”
conforme 2 Reis 18:4.
A
malignidade de “Neustã” para a fé e a moral do povo de Israel foi tão
grande que o rei Ezequias quebrou em pedaços aquela serpente de bronze,
pois os filhos de Israel estavam até aquela época queimando-lhe incenso,
exatamente como faziam os povos idólatras e politeístas de outras nações. |
Agar e Sara
Agar
e Sara tipificam respectivamente 2 concertos. Um dos concertos é o do Monte
Sinai (VT), o qual gera filhos para serem escravos da lei (Gl. 4:24); o
outro concerto é celestial porque é de Jesus (NT) e nos concede a liberdade
(verso 31).
O Velho Testamento é a “sombra”. O Novo Testamento é a “realidade” (Hb. 10:1). Deus põe de lado o
primeiro (VT) para estabelecer o segundo (NT) (Hb. 10:9).
O primeiro concerto (VT) tinha um santuário terreno com regras exteriores,
tais como cerimoniais de lavagens e outros rituais religiosos (Hebreus 9:1 e 10), mas o novo concerto
(NT) tem um santuário celestial. O tabernáculo terreno era só uma pálida
figura do verdadeiro tabernáculo (Hebreus 8:2).
A conclusão é que, como a realidade chegou, o virtual foi
substituído, porque se tornou sem utilidade, tal como lemos em Hebreus 7:18.
Portanto, Deus o Pai destituiu o Concerto de Jeová (VT), o qual era exterior
e imperfeito, para estabelecer o Concerto de Jesus (NT), que é perfeito e é
do céu (Hb. 10:9).
Porem eu vos digo...
Jesus
nunca identificou os mandamentos do VT com os seus próprios mandamentos,
como Ele disse repetidas vezes em Mateus capítulo 5: "Porém eu vos digo...".
Da mesma forma, Ele nunca disse que os mandamentos do VT vinham do Pai, pois
Ele disse simplesmente... "Foi dito aos antigos..."
Versos 21 e 22... “Ouvistes o que foi dito aos antigos:
Não matarás, mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu porém vos digo
que qualquer que sem motivo se encolerizar contra seu irmão será réu de
juízo”.
Versos 27 e 28... “Ouvistes o que foi dito aos antigos:
Não cometerás adultério. Eu porém vos digo que qualquer que atentar
numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”.
Versos 31 e 32... “Tambem foi dito: Qualquer que deixar
sua mulher, que lhe dê carta de divórcio. Eu porém vos digo que
qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa da prostituição, faz
que ela cometa adultério”.
Versos 33 e 34... “Ouvistes o que foi dito aos antigos:
Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor. Eu porém vos
digo que de maneira nenhuma jureis, nem pelo céu, porque é o trono de
Deus, nem pela terra porque é o escabelo de seus pés”.
Versos 38 e 39... “Ouvistes o que foi dito: Olho por
olho, dente por dente. Porém eu vos digo que não resistais ao mal,
mas se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda”.
Versos 43 e 44... “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás
o teu inimigo. Eu porém vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei bem
aos que vos odeiam e orai pelos que vos odeiam e perseguem, para que sejais
filhos do Pai que está nos céus".
Portanto, a doutrina de Jesus era distinta porque ela não
era proveniente de anjos nem tinha base em preceitos religiosos capazes de
inspirar fariseus fanáticos. Ele disse em João 7:16... “A minha doutrina não
é minha, mas daquele que me enviou". O "cumprimento da lei" de Mateus 5:17
significa que Jesus veio para fazer tudo aquilo que a lei sempre omitiu e se
mostrou incapaz.
Quando Jesus dá um "Novo Mandamento" em João
13:34,
fica confirmado que a lei precedente não contemplava absolutamente a
essência de sua doutrina, a qual não era propriamente sua, mas era
proveniente do Pai, como Ele sempre fez questão de afirmar (Jo.12:49
e
50).
|
|