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O Sábado
O real significado
A guarda
do Sábado (significa “descanso” em hebraico) é um requisito da lei do Velho
Testamento (VT), o
qual tanto judeus como os "Adventistas do sétimo dia" defendem tão
veementemente. Ele faz parte dos chamados "dez mandamentos", também
conhecido como "decálogo".
Jesus foi acusado de violar o Sábado simplesmente porque Ele não discriminou
dias especiais para realizar os milagres e as curas (Lc. 13:14 a 17).
Devido a
essa liberalidade para fazer o bem a qualquer tempo, Jesus foi perseguido
pelos judeus (Jo. 5:16 a 18), não somente por violar as tradições de
religiosidade do povo, mas também por afirmar que Ele era o "Senhor do Sábado".
Em Mateus 23:5 Jesus falou à multidão acerca dos doutores da lei e
os fariseus: "Eles aumentam seus filactérios nas bordas de seus
vestidos; eles amam os lugares de honra nos banquetes e os lugares mais
importantes nas sinagogas".
Os filactérios (fotos à direita) eram pequenas caixas com trechos das
escrituras do VT em seu interior, que os fariseus colocavam sobre suas
testas, como sinal de obediência e submissão à lei de Jeová. |
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Em Gálatas
4:3 e 4, o Sábado temporário foi considerado por Paulo como um “rudimento do mundo”, ao
qual aqueles que ainda são imaturos estão sujeitos, como escravos.
Dentro
desse raciocínio, o autor diz que “quando o tempo da plenitude veio” através
da manifestação de Jesus, não há mais motivo para alguém continuar debaixo
desse jugo.
O autor de
Hebreus fala sobre um “novo Sábado” (Hb. 4:8 e 9); um descanso que Israel
não conheceu, assim como também o cristianismo atual que continua sem
compreender esse mistério. Na realidade, esse Sábado não é um dia comum de
24 horas, mas é chamado simplesmente “Hoje”. Portanto, tanto os judeus e os
"Adventistas do sétimo dia" que guardam exclusivamente o Sábado, como os
cristãos que guardam exclusivamente o Domingo estão errados. O debate sobre
manter o Sábado ou o Domingo é simplesmente ridículo e não retrata
absolutamente o que Jesus ensinou.
Quando é
dito em Hebreus 3:13 e 4:7 a 8 sobre o “Hoje”, o autor explica que o dia simbólico
de 24 horas foi ampliado. Isso significa que o “Hoje” genérico cobre
todos os dias da semana.
Portanto,
se no VT a obrigação era guardar somente o sétimo dia, no NT a obrigação é
guardar todos os dias, porque a vigilância e a boa conduta, assim como
a honestidade e a incorrupção não podem ser restritos à somente um dia da semana, mas
aplica-se à
todos os dias, como Jesus ensinou (Mt. 24:44 e 25:1).
O
significado real do Sábado Santo é a presença de Jesus entre nós. O
significado do Sábado como descanso é totalmente cumprido em Jesus, porque
Ele tem o genuíno descanso para as nossas almas, como está escrito em Mt.
11:26… ”Levai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim… e vós encontrareis
descanso para as vossas almas, pois meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
Um deus que necessita
descansar?
No sétimo
dia Elohim completou o trabalho que havia feito e descansou de todo seu
trabalho (Gn. 2:2). Ora, um deus que precisa descansar após um trabalho não
é tão “Todo-Poderoso” assim!
Elohim é um nome plural que significa “deuses” em hebraico. A criação
material foi feita por anjos (deuses), mas Jesus é o autor de uma criação
espiritual de pessoas novamente nascidas (2 Co. 5:17; Gl. 6:15).
Isaias disse que o Senhor, o Deus eterno e Criador não se cansa nem se
fatiga (Is. 40:28), mas isso é contraditório com a atitude de Elohim ao
descansar.
Quanto ao verdadeiro Deus, Jesus disse: “Meu Pai trabalha até agora e eu
trabalho também” (Jo. 5:17). Portanto, Jesus não necessita "descansar" como os
anjos (deuses) necessitam.
Quando Jesus repousou propositalmente no barco durante uma tempestade, o real objetivo era
despertar a fé de seus discípulos (Mt. 8:23 a 26). Não era porque Ele
estivesse exausto ou indiferente à tempestade.
As virgens sonolentas não puderam encontrar o noivo (Mt. 25:1 a 13), apesar
de serem “virgens”. Paulo disse: “Desperta tu que dormes, levanta-te dentre
os mortos e Cristo te esclarecerá" (Ef. 5:14).
Enquanto Jesus curava as vítimas do diabo, os fariseus guardavam
rigidamente o Sábado, condenando-o por efetuar curas no “dia sagrado” (Jo.
5:16 e 9; 13 a 16).
Em Hebreus 7:18 lemos que o "mandamento anterior" (lei do VT) foi colocado
de lado por ter se tornado "fraco e sem utilidade". Assim, como todas as demais leis
do VT, o Sábado se tornou totalmente obsoleto, como diz Hb. 8:13.
Jesus "quebrou" o Sábado
meramente formal
Jeová
disse em Êxodo 31:12 a 17… “Vós deveis observar os meus Sábados. Isso
será um sinal entre eu e vós para as futuras gerações... qualquer um que
violá-lo será morto; qualquer que fizer algum trabalho nesse dia precisa
ser cortado do povo. Por seis dias o trabalho será feito, mas no sétimo
dia é Sábado, santo para Jeová. Aquele que fizer qualquer trabalho no
Sábado será morto”.
Também
em Ezequiel está escrito: “Eles profanaram os meus Sábados, por isso eu
disse que derramaria sobre eles o meu furor, para cumprir contra eles a
minha ira no deserto”.
Apesar
que nesses textos foi dito que a observação dos Sábados seria um
mandamento eterno para as gerações subseqüentes, Paulo disse que os
Sábados e as celebrações de lua nova eram apenas "sombras" das coisas
que haveriam de vir, mas a realidade está em Cristo (Cl. 2:14 a 23). |
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Ele disse também nesse texto que aqueles preceitos tais como “não toques, não proves,
não manuseies” estão todos destinados a perecer porque eles são baseados em
ensinamentos e doutrinas de homens. Portanto, o código escrito do VT com
suas regulamentações, incluindo o Sábado, foi abolido quando Jesus removeu a
"cédula que nos era contrária", cravando-a na cruz.
O que é de
admirar é que enquanto Jeová matava homens por violarem os Sábados, Jesus
curava pessoas, inclusive aos Sábados (Lc. 13:14). Por essa razão, os judeus
tentaram matar Jesus, porque Ele não somente violou o Sábado mas também chamou Deus
de Seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus (Jo. 5:18).
Jesus cumpriu a lei
No começo
de seu ministério, Jesus foi à uma Sinagoga em um dia de Sábado (Mc. 1:21). Esse
fato não significa que Jesus era um observador do Sábado, assim como os
fariseus e outros religiosos judeus.
A fim de
adquirir autoridade para poder declarar a lei do VT obsoleta (Hb. 7:18), Jesus
precisava cumprir temporariamente a lei (Lc. 2:23 e 24; 4:16; Mt. 3:15 e
5:17), por causa da consciência.
Se Jesus não tivesse cumprido os requisitos da lei, ela permaneceria apta
para condenar todos os homens, pois a lei é reconhecida como “ministério da morte
e da condenação” conforme lemos em 2 Corintios 3:7 a 9.
Porem,
assim como o juízo foi conseqüência de um único pecado, trazendo condenação,
assim também a graça seguiu a ocorrência de muitos pecados para trazer
justificação. Pois assim como através da desobediência de um único homem
(primeiro Adão) muitos foram feitos pecadores, assim também através da
obediência e cumprimento da lei por um só homem (último Adão, Jesus Cristo),
muitos foram feitos justos (Rm. 5:16 a 19).
Algo
parecido ocorreu com Paulo que cumpriu alguns rituais de purificação apenas
para evitar os rumores de que ele estaria desobedecendo a lei, pois os
judeus tinham sido informados que Paulo ensinava o povo a se afastarem da
lei de Moisés (At. 21:20 a 26).
Jesus mudou a lei
A exemplo
do que fez com relação ao Sábado, Jesus
mudou toda a lei
ritualística do VT, incluindo os famosos "dez mandamentos", dando-lhes um
sentido e coerência que eles nunca tiveram.
Assim, o sexto mandamento dizia:
“Não
matarás” (Ex.
20:13),
enquanto que Jesus disse: “Qualquer
que se encolerizar contra um de seus irmãos será réu de juízo” (Mt.
5:21
e
22).
O sétimo mandamento dizia:
“Não
cometerás adultério” (Ex.
20:14)
enquanto que Jesus disse:
“Qualquer
que atenta para uma mulher com olhar impuro comete adultério com ela em seu
coração” (Mt.
5:27
e
28).
Obviamente, se Jesus ampliou todos esses mandamentos, certamente Ele também daria uma nova dimensão para o quarto mandamento referente à observação do Sábado, pois
a prática do bem e a submissão à Deus não pode ficar restrita a um dia somente na
semana, como Ele próprio disse: "Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho
também” (Jo. 5:17).
A incoerência
dessas leis consideradas por muitos como "imutáveis" é também muito clara no oitavo
mandamento, pois diz: "Não roubarás"
(Ex.
20:15)
enquanto que Jeová
ordenou aos judeus para saquearem peças de prata e ouro dos egípcios
(Ex.
3:22
e
12:36).
Qual seria a
serventia de prata e ouro no deserto? Seria para permitir a confecção da estátua do
bezerro de ouro, que levou o povo à idolatria, para assim ter o pretexto de
castigá-los por causa da desobediência ao segundo mandamento, que dizia "Não
farás para ti nenhum ídolo"?
(Ex.
32:2
e
3)
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