Imagens de anjinhos
“protetores” decoram as mesas e prateleiras de muitas casas, tanto de
católicos como de evangélicos e outros grupos religiosos e místicos em
geral. E assim, no chamado "meio cristão” existem várias músicas e citações
que fazem referências a anjos, destacando o seu poder para operarem
prodígios, curas e coisas sobrenaturais, baseados em uma compreensão
distorcida do Salmo 91:11 e Mateus 18:10.
Anjos de luz?
Ao invés de exaltarem
exclusivamente a pessoa de Jesus, essas músicas estão trazendo os anjos de
volta aos lugares de onde foram despojados por Jesus, tal como lemos em Colossenses
2:15...”e despojando os principados e potestades os expôs publicamente e
deles triunfou em si mesmo”. Logo em seguida a esse texto o apóstolo Paulo
advertiu no verso 18 quanto ao culto a anjos...”ninguem vos domine a seu
bel-prazer, com pretexto de humildade e cultos dos anjos, metendo-se em
coisas que não viu”. Essa advertência mostra a preocupação do apóstolo com
relação ao engodo que hoje muitos estão sendo vítimas.
É preciso lembrar que
Satanás pode se transformar em anjo de luz, como diz 2 Coríntios 11:14...”e não é
maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz". No
Espiritismo, na Umbanda, Candomblé e outras religiões onde se invocam
espíritos e entidades sobrenaturais, muitos podem estar reverenciando Satanás e seus demônios, imaginando que
estão honrando “anjos de luz”, porque os seus olhos estão fechados para o
alerta do apóstolo Paulo.
Espetáculo ao mundo, aos anjos e aos
homens Os homens imaginam os anjos fazendo festa e tocando harpinha a cada pecador que se arrepende e o que ocorre é justamente o contrário, pois eles sabem que a cada homem que for reconciliado pelo amor benevolente do Pai, é mais um que vai julgá-los no futuro!
Essa contenda velada
entre os anjos e homens faz com que os homens nas suas lutas e provações
sejam colocados como espetáculo para o mundo e para os anjos, os quais estão
atentos aos menores deslizes dos homens já reconciliados com Deus, para terem
o que acusar contra aqueles que um dia haverão de julgá-los, como diz I Coríntios
4:9...”porque tenho para mim que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos,
como sendo condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos
anjos e aos homens”.
Opositores e competidores
- Estevão disse que um anjo apareceu para Moisés nas chamas da sarça incandescente (At. 7:30) e Moisés pensou que ele tinha ouvido a voz de Deus (At. 7:31); - Estevão disse que Moisés foi enviado para ser um legislador e mediador através do anjo que apareceu para ele na sarça (At. 7:35); - Estevão disse que Moisés esteve na assembléia no deserto com o anjo que falou com ele no Monte Sinai (At. 7:38); - Estevão disse aos seus compatriotas: "Vós recebestes a lei que foi posta em ação através de anjos" (At. 7:53) - Paulo confirmou que os anjos deram a lei a fim de trazer condenação e morte para o homem (2 Co. 3:7) - Paulo disse ainda que a lei foi colocada pelos anjos nas mãos de um mediador (Gl. 3:19) Portanto, fica claro que aquele que transmitiu a lei para Moisés na sarça era um anjo. Os anjos na condição de “serviçais”, como diz Hebreus 1:14, sempre ambicionaram a condição de supremacia absoluta. Hoje os anjos estão em condição de superioridade em relação aos homens, como era também a situação de Jesus antes de sua exaltação (Hb. 2:7). No entanto, incomoda-lhes sobremaneira o fato de saberem que lhes está reservado o destino de virem a serem julgados pelos homens (I Co. 6:3). Como "competidores", os anjos não hesitaram em criar uma condição que trouxesse condenação para os homens, para de alguma forma se vingarem pelo desígnio que sobre eles pesa, pois lhes está reservado virem a ser futuramente julgados por aqueles que estiverem em condição de autoridade para tal (Ap. 20:4 e 1 Co. 6:2 e 3).
Quão diferente foi, no
entanto, o sentimento de Jesus Cristo! O que o elevou a condição de Deus
supremo foi justamente o fato dele nunca ambicionar glória para si próprio,
quando não havia ainda sido exaltado (Fl. 2:6 a 9; Ef. 1:20 a 22 e At.
2:36).
Espíritos ministradores Se em algumas situações os anjos eventualmente auxiliam os homens, no ofício de “espíritos ministradores enviados para servir aqueles que hão de herdar a salvação”, como lemos em Hebreus 1:14 e Mateus 4:11, certamente eles não fazem isso de si próprios, mas por causa da obediência ao Deus Altíssimo, a quem eles estão sujeitos.
. No Éden
os anjos pareciam policiais a guardar o jardim maculado. No entanto, não há mérito nos anjos porque eles não fazem mais do que deveriam fazer. Eles são espíritos que "enxergam" onde os homens não enxergam. Mas Jesus disse a Tomé: “Bem-aventurados são aqueles que não vêem e crêem” (Jo. 20:29).
Quando um homem que não vê a Deus fisicamente,
crê, ele passa a ter mais mérito diante de Deus do que todas as miríades de anjos, arcanjos,
autoridades e potestades.
Quem era o anjo que lutou com Jacó? Era ele um "anjo bom" ou um "anjo mau"?
- Se ele
era um anjo bom, porque estava com medo da luz do amanhecer? (Gn. 32:26) O lugar onde Jacó lutou com “Deus” foi chamado “Peniel” porque significa “Eu vi Deus face a face”. (Gn. 32:30)
Como Paulo
disse em 1 Timóteo 6:16 e João confirmou em 1 João 4:12, ninguém jamais
viu a Deus, então eu concluo que Jacó pensava que estava vendo o verdadeiro
Deus, mas na realidade estava vendo o anjo chamado "Jeová".
Na parábola do semeador de Lucas 8, Jesus
associou as "aves do céu" com demônios, como Ele explicou no verso 12. Quando
é mencionado "aves do céu", alguém poderia imaginar aquelas meigas
criaturas - os passarinhos - voando no céu, mas pela interpretação de Jesus
ficamos sabendo
que elas significam anjos maus, prontos para arrancar a semente que foi
semeada no coração dos homens.
Os anjos tem ciúmes do Evangelho que foi entregue aos homens, como está
claro em I Pe.1:12...”aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas
para nós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por
aqueles que pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho,
para as quais coisas os anjos desejam bem atentar”.
Está claro portanto que, se a alegria está diante dos anjos não se trata da
alegria dos anjos, mas da alegria de Deus diante dos anjos, os quais na
realidade estão com “dor de cotovelo” por causa da benevolência do Pai para
com um pecador arrependido, exatamente como foi o inconformismo do filho que
ficou junto do pai na parábola, o qual ficou tão indignado com a atitude do
pai que não quis nem mesmo entrar na festa de comemoração por causa da volta do
irmão, como diz o verso 28...”mas ele se indignou e não queria entrar". Pelo exemplo daquele pai da parábola do filho pródigo, fica claro que o Pai celestial está sempre de braços abertos quando um filho torna para Ele, independentemente do que ele tenha feito com a sua parte da herança. A mesma alegria, porem, não vemos por parte do irmão que ficou ao lado do pai. Pelo contrário, ficou com ciúmes porque o irmão foi recebido com abraço, festa, calçados, anel de honra e até bezerro cevado para o banquete da comemoração pela sua volta. Já vimos também na observação de Jesus no verso 10 desse capítulo, ao dizer que há alegria no céu diante dos anjos por causa de um pecador que se arrepende, que Ele evidenciou que essa alegria é da parte do Pai exclusivamente, embora a cristandade interprete o fato imaginando uma "festa" por parte de anjos todas as vezes que alguém “aceita Jesus como seu Salvador pessoal”.
Assim, conforme já analisamos, o texto também deixou claro que essa alegria não é
dos anjos mas
sim, diante dos
anjos. A cena correta seria então imaginar a alegria do Pai comemorando e os
anjos tendo que escutar ao longe aquela festa, tal como o filho mais velho da
parábola, o qual não se conformava com a benevolência do pai em favor do
irmão mais novo que havia se afastado.
Quão
diferente do sentimento ambicioso dos anjos foi a atitude revelada por
Jesus, pois sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.
Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante
aos homens; e achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo
obediente até a morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou
soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de
Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, na terra e debaixo da
terra (Fl. 2:5 a 10). |
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O triunfo de Jesus
Quando Jesus
assentou-se à destra do Pai, todas as coisas foram colocadas aos seus pés,
sendo que Ele foi exaltado acima de todo principado, poder, potestade e
domínio, seja no céu ou na terra, como diz Efésios 1:20 a 22. |
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Diante de tudo o que apresentamos, longe de nós esteja imaginarmos que os anjos são seres bonzinhos que querem nos fazer aproximar de Deus e que se alegram quando somos reconhecidos como filhos do Pai. Ao invés disso, eles querem nos separar do amor de Deus, como lemos em Romamos 8:38 e 39...”porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Jesus Cristo, nosso Senhor”. Quanto aos anjos no papel de “mensageiros” ou “espíritos ministradores”, como diz Hebreus 1:12, podemos dizer que eles são na melhor das hipóteses, meramente executores de alguma tarefa especial de Deus em favor dos homens, portanto, nenhuma honra lhes diz respeito.
Infelizmente, porem,
muitos estão reverenciando, louvando com músicas, invocando o seu “anjo
da guarda”, tendo "visões" e até cultuando anjos, mesmo depois de
advertências tais como Colossenses. 2:18. |
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