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Diferenças entre a velha e a nova criação
No primeiro capítulo de
Gênesis, não está mencionado o nome "Jeová", porem, a palavra traduzida como
Deus é originalmente "Elohim", que é uma expressão plural em
hebraico, a qual
significa "deuses". Esse fato leva-nos a concluir que havia uma participação
coletiva da hierarquia angélica na criação do mundo.
Após Genesis 2:4,
a expressão original passou a ser "Jehovah
Elohim",
inclusive
na criação do homem terreno mencionada no verso 7, através do "sôpro" de
Jeová.
Quanto à mulher, o texto diz que
ela foi criada por Jeová a partir da costela do homem (verso 22), o que
significa que ela também tem a natureza terrena e animal do homem.
Por outro lado, na criação do
homem espiritual, Jesus soprou sobre os seus discípulos o Espírito Santo,
antes de se ausentar pela ressurreição (João 20:22). Através disso, a Igreja
teve o seu início na dispensação do Espírito, sendo que por ocasião do
derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes, que ocorreu logo a
seguir à ressurreição de Jesus, aquele "sôpro" acabou se transformando num
"impetuoso vento" (Atos 2:2), e aqueles discípulos passaram a ser destemidos
e ousados na convicção da fé em Jesus.
Neste caso, não foi criada a "mulher espiritual", em analogia à
criação da companheira de Adão, porque no Reino de Deus
não há distinção entre macho e fêmea, como diz Gálatas 3:28. Esse fato já
evidencia uma diferença fundamental entre a velha criação de Jeová e a nova
criação de Jesus.
Isso confirma também que Jeová não
tomou parte na criação espiritual do homem, porem só na criação do homem
terreno e animal.
O sôpro de Jeová não impediu o
homem de cair no pecado e ser amaldiçoado, juntamente com a sua mulher,
porem, o sôpro de Jesus transformou aquele grupo de discípulos acovardados em pessoas
habilitadas para difundirem o Evangelho não somente para os judeus, mas para
todos os povos. E assim, enquanto a história do homem criado por Jeová
começou com maldições, tanto para o homem como para a mulher (Gênesis 3:16 a
19), a história da Igreja começou gloriosamente com uma promessa de Jesus,
ao dizer "Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos
séculos", como está em Mateus 28:20.
O moderno "homem intelectual" é,
na realidade, uma pessoa que foi massificada pela globalização deste mundo,
como está escrito em 1 Co. 3:18... "Porque a sabedoria deste mundo é
loucura para Deus".
A busca de valores terrenos é muito típica do Velho Concerto, como vemos em
vários textos, como por exemplo no Salmo 132:15, enquanto que no Novo
Concerto (NT) Jesus disse: "Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a
ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam... vós não podeis
servir a Deus e a Mamom (riquezas) ao mesmo tempo" (Mt. 6:19 a 24).
A velha criação
incorpora os instintos humanos e as inclinações da carne - o apetite
material, o impulso sexual e a centralização do ego. Através de Tiago 3:15, nós aprendemos que as bençãos terrenas, tão cobiçadas no VT, não são espirituais e são
estimuladas pelo Maligno.
A nova criação incorpora as
inclinações espirituais - o apetite da mente pela Palavra de Deus, o impulso
para fazer o bem a um semelhante e a centralização do Espírito Santo.
Jeová é o senhor da velha criação,
isto é, da criação material, sendo que Adão foi o pai da criação material, enquanto
que Jesus é o Senhor da Nova Criação, isto é, da criação espiritual dentro
de um Novo Concerto (Hebreus 12:24). Jesus é o pai da verdadeira criação de filhos
espirituais.
Diferenças entre vida terrena e vida espiritual
Jeová
criou o homem a partir do pó da terra, soprando o fôlego da vida terrena
sobre Adão, de forma que ele se tornou fisicamente vivo (Genesis 2:7),
enquanto que
Jesus
soprou o Espírito Santo sobre os seus discípulos, a fim de que eles tivessem
vida espiritual, a qual veio a se efetivar sobrenaturalmente no dia de
Pentecostes (Jo.
20:22).
Se
Jesus
e Jeová fossem a mesma pessoa,
Jesus não precisaria soprar um outro espírito sobre os seus discípulos, pois
eles já tinham recebido o sopro da vida física de Jeová, como homens
naturais.
Quando alguém fica irado, sente ciúmes ou
revela egoísmo, está manifestando as características de sua filiação física
ligada à Jeová, pois em termos materiais, toda a humanidade foi feita à sua imagem
e semelhança, a partir do pó da terra.
Semelhantemente, quando alguém não
revida uma afronta, não murmura nem fica se lamentando sobre seu próprio
destino ou sobre algum revés em sua vida, está manifestando sua filiação ao
Pai e tomando como exemplo as atitudes de Jesus (o último Adão), o qual é do
céu e é espiritual.
Como diz Romanos 5:13, a morte reinou
desde Adão até Moisés. Após Moisés, o julgamento seguia imediatamente após
um único pecado, trazendo condenação a todos os homens (Rm. 5:16). De acordo
com Hebreus 10:9, Jesus colocou de lado o Velho Concerto, onde imperava a
morte e a condenação, para estabelecer o Novo. O novo nascimento descrito
por Jesus à Nicodemos (Jo. 3:3 a 9) está relacionado com essa nova criação,
embora Nicodemos tenha confessado só conhecer a velha.
Tudo se fez novo!
O que Jesus ensinou, nunca
foi ensinado. O que Jesus pregou nunca foi mencionado antes na Lei.
Nunca houve autoridade ou coragem
suficiente para alguém dizer o que Jesus disse.
Esse é o motivo pelo qual a sua palavra
atraía a atenção das multidões, enquanto que as palavras dos escribas e
fariseus não conseguiam alcançar a mesma receptividade, pois revelavam
incoerência e hipocrisia.
Violência, apego às bênçãos
materiais, escravagismo, apedrejamentos, preconceitos contra mulheres e
deficientes físicos,
sacrifício de bodes e bezerros, assim como outras barbaridades, são fatos
hediondos suficientes para caracterizar o VT como abolido (2 Co.
3:14), obsoleto (Hb. 8:13), fraco e sem utilidade (Hb.
7:18).
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Quando Jesus se referiu ao
VT, Ele disse: "está escrito" ou "foi dito aos antigos", como vemos em Mateus 5:21, 27, 38, 43),
mas quando Ele próprio ensinava daquilo que Ele havia recebido do Pai, Ele
dizia: "porem Eu vos digo" (Mateus 5:28, 32, 34, 39 ,44), o que
significa que Ele tinha uma mensagem personalizada e autêntica.
Por
essa razão,
Jesus
é o
autor e mediador de um Novo Testamento, como está escrito em Hebreus
9:15, do qual foi o fiador, desde que o Velho Testamento fracassou pela sua
fraqueza e mediocridade, diante de um ministério tão superior, como lemos em
2 Co. 3:14 e Hb. 7:22 a 24.
Através de Jesus, passou a existir:
. um Novo Concerto (Lc. 22:20; 2 Co. 3:6; Hb. 8:13);
. uma Nova Criação (2 Co. 5:17; Gl. 6:15);
. um novo nascimento (Jo.
3:3);
. uma nova vida (Rm. 6:4);
. um novo homem (Ef. 4:24;
Cl. 3:10);
. um nova perspectiva para servir a Deus em espírito (Rm. 7:6);
. uma nova massa no "pão" (1 Co. 5:7);
. um novo "vinho" (Lc. 5:38);
. um novo mandamento
(Jo. 13:34).
E assim, nós podemos definitivamente confirmar o que Paulo disse em 2 Co.
5:17... "Quem está em Cristo é nova criatura; as coisas velhas passaram e
eis que tudo se fez novo".
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